domingo, 14 de dezembro de 2014

Cartografia Escolar – Maquete Geografia

por Eugênio Pacceli da Fonseca (estou me citando agora para atender a certos exigentes leitores – maio 2011; janeiro e junho de 2012)
Veja o que os alunos chineses estão fazendo. Se eles podem nossos alunos também podem!
Maquetes podem ser muito utilizadas em aulas de Geografia. Abaixo tentamos mostrar como construir maquetes a partir de mapas com curvas de nível.
Algo que sempre interessou aos professores de geografia e aos seus alunos é a construção de maquetes em sala de aula.
Uma maquete com detalhes topográficos pode ser construída com certa facilidade a partir das cartas. Os detalhes aparecerão ou não dependendo da escala com que se trabalha. Na Faculdade pedi algumas vezes maquetes amplas e maquetes mais simples. Elas sempre ficaram corretas e bem bonitas. No Caraça (muito antigo e tradicional Internato em Minas Gerais, hoje museu e pousada) existe uma maquete muito interessante confeccionada em lâminas de madeira.
Os passos para a construção da maquete seriam:
- desenhar em folha fina o contorno geral;
-desenhar no mesmo tipo de folha toda curva de nível de menor altitude
-desenhar em folhas separadas cada uma das curvas de nível mapeadas
-cole cada uma dessas folhas sobre isopor de meio centímetro;
-recorte as curvas do isopor, usando agulha quente
-cole as peças (as curvas), montando o relevo: as curvas de maior altitude sobre as de menor, até o topo das montanhas mais altas;
- cobrir com papel “marchê” (papel toalha ou higiênico aplicados com pincel embebido de mistura cola branca-água) para facilitar a aplicação da massa, que eventualmente pode até ser desnecessária;
- a maquete pode ser feito em EVA, papelão ou outro material, o essencial é manter a equidistância e o mesma espessura do material para cada curva.
- calcular o exagero vertical como veremos a seguir.
Tento ilustrar abaixo: Crie uma paisagem da sua imaginação, abaixo criei uma colina em curvas de nível e vou fazer uma maquete com ela.
Agora copio as curvas: primeiro o contorno geral, que corresponde, aqui, à altitude mais baixa: os 200 metros: em seguida faço cópia da curva subsequente (210 metros); depois as curvas superiores, até a última curva.
Colo cada “peça” sobre o isopor ou papelão e recorto peça por peça. Em seguida é colar uma peça sobre a outra (fiz esta de papelão, a de baixo, de isopor):
Volto a insistir que para uma maquete mais realista deve-se eliminar os degraus da colina, suavizando suas vertentes, utilizando para isso papel imerso na mistura cola-água. Outros preferem deixar como mostrado acima.
Foi uma maquete simple, porém, as mais complicadas  seguem os mesmos princípios, apenas requerem tempo maior de dedicação e mais acuidade…
No segundo volume do livro além de detalhar os passos acima, apresento outros modelos de mapas para construção de maquetes. O mais interessante é partir para maquetes de grandes unidades como países e regiões (veja a página: Maquete a partir de mapa físico). Abaixo apresento mais um mapa para construção de maquete e a maquete respectiva. Faça a sua. Tome a liberdade de copiar o mapa, dou toda minha permissão…
Obviamente é melhor que o aluno faça a maquete por ele mesmo. Ensine-o com simplicidade (a colina acima, por exemplo) e depois parta para maquetes mais complexas. O mais difícil e trabalhoso é fazer e mandar que sua escola reproduza, folha por folha,  cada uma das curvas de nível, como mostrado abaixo. O resto se torna mais simples e prazeiroso. Com um mapa verdadeiro, o trabalho é muito maior, mas não impossível, e as maquetes ficam impressionantes. Com turmas de alunos mais velhos todo este trabalho fica por conta dos alunos.
Detalhando:
Copie as imagens para seu computador e as imprima. Recorte-as do papel; coloque-as sobre o isopor e recorte-as do isopor. Cole-as:
Esta primeira “prancha” é a base da maquete.
Esta segunda prancha representa toda a extensão do terreno mapeado acima do nível do mar:
Esta outra prancha representa toda extensão mapeada que tem altitude superior a 200 metros (jogue fora a área de altitude inferior):
Agora, prancha de altitudes superiores aos 400 metros, excluir altitudes inferiores ( e assim por diante…):
Agora é colar peça sobre peça…
Faça o acabamento com massa corrida ou com “papel marchê “, capriche nos rios e pronto, é utilizar das maneiras criativas que você sabe (invente as escalas, aumente o mapa original, faça exposições, etc)
Procurarei expor em outra página deste site, como faço no livro, a construção de maquetes de um estado do Brasil ou de um continente.
Veja  agora: tentei eliminar os degraus e suavizar as vertentes, colando papel marchê e depois passando massa corrida (massa de parede). Trabalhei na metade direita da maquete para permitir comparações. Agora é pintar.
maquete-massa-corrida-6
maquete-massa-4
Pintarei a metade em que passei massa corrida e mostrarei aqui. Aguardem.
Eis ai, a parte pintada da maquete. Pintei com guache e passei cola branca depois de seco, o que deu o brilho. Note que ficou uma mistura de paisagem reduzida e mapa físico (convenção das cores), o que não me agradou ao final. Uma maquete é uma minuatura do espaço verdadeiro, logo, deveria ter cores da paisagem real. Imagens de satélite e fotografias aéreas coloridas podem nos inspirar em relação as cores a serem usadas. Na maquete abaixo há uma transição irreal do verde para o marrom. Num mapa físico, tudo bem, mas em uma maquete deveria ter sido evitada… Vou tentar repintar e se ficar bom, mostro para vocês.
maquete-metade-metade
Tenho agora que desenhar os rios…
maquete-outro-angulo

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